Vereadores e autoridades debateram na tarde desta segunda-feira (31/08) questões relacionadas à segurança pública. O assunto já havia sido abordado na Câmara em fevereiro deste ano. A iniciativa, dos dois encontros, foi do vereador Antonio José Rezende Silva (PDT).

Ao iniciar as discussões o presidente José Mario Moraes (PMDB) chamou a atenção dos presentes para o fato desta questão ser uma responsabilidade de todos. “Precisamos de ações em conjunto”, frisou.

Após muita discussão e apresentação de dados e dos trabalhos realizados no município, o delegado João José Dutra, que responde pela Delegacia Seccional de Americana frisou que outra Seccional em Sumaré, como havia sugerido a bancada do PSDB, que foi inclusive protocolar o pedido na Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP), não resolve. “O que falta é material humano”, enfatizou.

O delegado comentou que abriram concurso para investigadores. Foram oferecidas 20 vagas, porém o interesse foi baixo, 40 pessoas se inscreveram. Mesmo assim, isso não representa nem um investigados por unidade na Seccional de Americana, que responde por nove cidades e tem 27 unidades.

Ele relatou que esta situação, que aponta para o aumento no índice de criminalidade, se estabeleceu no segundo semestre do ano passado e vem causando um estrago grande. “O desemprego aumento e o crime contra o patrimônio também. Alguns buscam isso para se alimentar ou alimentar a família, outros para sustentar seus vícios”, frisou. “O desdobramento da Seccional de Americana não é a solução. E não foi feito ainda porque não houve aumento do efetivo, para isso precisaríamos de mais 25 a 30 policiais e não temos”, acrescentou.

O delegado de Nova Odessa, Antonio Donizete Braga, comentou que a situação na cidade, desde a realização do último debate, permanece praticamente a mesma. A mudança é que perderam mais um investigador. A Delegacia tinha três pessoas nesta área e agora só duas, sendo que o ideal para o município é de oito investigadores.

Orientações - Já a tenente da Polícia Militar Mariceli Ribeiro da Silva deu algumas orientações e informações sobre os índices de criminalidade no município. Frisou que este não é um fato isolado em Nova Odessa e sim em toda a região. Comentou que o problema com as “saidinhas dos bancos” é que as pessoas, muitas vezes, não querem fazer uma transferência, que pagam um valor mínimo de taxa, e arriscam em um saque.

Disse ainda que seu maior problema não é no comércio durante o dia e sim no período das 18 às 23 horas, nos bairros. Ela também fez um apelo para que os moradores registrem as ocorrências, pois é o indicador que têm para trabalhar na questão do crime.

O deputado estadual Francisco Sardelli (PV) parabenizou os vereadores pela preocupação de discutir o assunto, principalmente o autor do requerimento, o Rezende. “Gostaria que todas as câmaras tivessem a responsabilidade de discutir esse assunto”, frisou. Ele sugeriu a formação de comissão entre os órgãos públicos e representantes políticos da região para discutir uma pauta com propostas, que posteriormente deverá ser apresentada ao Secretário de Segurança Pública do Estado. “A ação política tem que ser clara para não ficar só no discurso”, salientou.