Vereadores e representantes de associações da região se reuniram na manhã desta sexta-feira (18/09), na Câmara de Americana, para mais uma vez discutirem os impactos com a ampliação do aeroporto de Viracopos, em Campinas.
 
Participaram do encontro o vereador de Indaiatuba Bruno Ganem, presidente da Comissão Parlamentar da RMC (Região Metropolitana de Campinas) de Ampliação de Viracopos; Carlos Carmelo, da Associação de Helvetia, Indaiatuba; Eneida de Paula, do Instituto Jequetibá, Campinas; Victor a Petrucci do Condema, Campinas; Mayla Porto, do Condema, Campinas; Márcia Correia da Associação da Diversidade das Espécies de Campinas; os vereadores Alcides Vendemiatti Junior e Donizetti Lopes, de Vinhedo; o vereador Álvaro Pacheco, de Salto; os vereadores de Americana Odair Dias, Marco Antonio Alves Jorge (Kim), Reinaldo Chiconi, e Valdecir Duzzi. E o vereador Gervásio de Brito, representando a Câmara de Nova Odessa.

De acordo com o vereador Bruno Ganem, estas audiências devem acontecer nos municípios que compõem a RMC (Região Metropolitana de Campinas) e outros. “A idéia é mobilizar as cidades e mostrar os impactos que são muitos, jamais ir contra a construção”. Ele comentou que a cada cidade que a audiência passa, aumentam as informações disponíveis e o número de pessoas envolvidas. “Temos a missão de revisar este projeto, para que se torne um vôo seguro, cercado por um desenvolvimento sustentável. São modificações pequenas, mas que conseguirão reduzir drasticamente o impacto”, frisou.

Para Mayla Porto, os impactos ambientais são tão graves que é difícil apontar qual o pior deles. Ela proferiu uma palestra a respeito dos principais problemas do projeto atual, como as falhas do EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental) apresentado. Comentou ainda que é absurda a proposta de uma distância de 3,5 quilômetros entre a pista atual e a nova pista a ser construída, conforme estão propondo. “As normais internacionais falam em uma milha, o equivalente a um quilômetro e meio”.

Os participantes comentaram que a nova área a ser destinada a ampliação do aeroporto é uma região rural com extensa área de mata nativa, juntamente com a última porção ainda conservada do bioma cerrado, represas, lagoas, mananciais, rios e córregos, que abrigam em seu habitat natural animais e vegetação típicos, alguns deles inseridos na lista dos ameaçados em extinção. 

O vereador Gervásio lamentou o fato das famílias que passam por situação de desapropriação e as 49 nascentes que devem desaparecer, de acordo com o projeto apresentado. “Temos que nos preocupar com estas pessoas e com a água que é um produto tão precioso. O que se defende aqui e em outras audiências que já participei é que esta ampliação não precisa ter essa dimensão, pode ser menor e assim não afetará tanto o meio ambiente e os moradores. Ninguém é contra o desenvolvimento, isso temos que deixar bem claro”, frisou Gervásio.

Os participantes acreditam que com essa ampliação vai comprometer ainda mais a cidade de Campinas que cresce de forma desordenada e sem planejamentos, assim como a região. Estudos mostram que após a ampliação o aeroporto receberá mais de 70 milhões de passageiros por ano e cerca de 590 mil aeronaves, mais de 1,6 mil por dia. A próxima audiência pública acontece no dia 30 de setembro, em Bauru (SP).