“Todo mundo é a favor da Apae. Vocês estão acima de qualquer sigla partidária ou time de futebol. Todos torcem pela Apae”. Com essa afirmação, o presidente da Câmara de Nova Odessa, Vagner Barilon (PSDB), selou a criação de uma Frente Parlamentar envolvendo todos os nove vereadores de Nova Odessa em defesa da entidade que cuida de crianças e adultos com necessidades especiais. A ideia de criar uma Frente Parlamentar ocorreu na semana passada, quando Barilon recebeu representantes da entidade em seu gabinete. O temor é que o Congresso Nacional aprove um projeto, com o argumento da inclusão, que causaria o fechamento das entidades em todo o País. Na segunda-feira, durante a sessão, ele reuniu todos os vereadores e representantes da Apae para firmarem o compromisso.
O temor é que seja aprovada a alteração no texto do chamado Plano Nacional de Educação (PNE), que visa obrigar toda criança com necessidade especial ser atendida na rede pública de ensino convencional.
Ficou acertado que duas moções feitas por Barilon, uma de apelo ao Senado e outra de repúdio à proposta, fossem retiradas e reapresentadas com a assinatura de todos os vereadores. “Além disso, ficou certo que iremos mandar cópias dessas moções aos 70 deputados federais e aos três senadores da República de São Paulo, bem como a todas as Câmaras de Vereadores da Região Metropolitana de Campinas”, explicou Barilon. “Vamos mostrar nossa preocupação e vontade em ver o trabalho da Apae continuar”, completou o presidente.
O vereador Cláudio José Schooder, o Leitinho (PDT), foi quem sugeriu incluir todas as Câmaras do Parlamento Metropolitano. Sebastião Gomes dos Santos, o Tiãozinho (PDT), já havia inclusive participado de uma reunião na Secretaria Municipal de Educação. José Pereira (PPS), Antonio Alves Teixeira (PT), Celso Concrenova (PSDB), Carla Lucena (PSDB) e Avelino Alves Xavier, o Poneis (PSDB) prestaram irrestrito apoio à iniciativa. Vladimir Antonio da Fonseca, o professor Bi (PPS), ponderou que a rede convencional enfrenta enorme dificuldade em atender com qualidade os alunos atuais. Para ele, não teria condições mínimas de atender os especiais.
Barilon se reuniu com o deputado estadual Cauê Macris na última segunda-feira e adiantou que os deputados Cauê e Vanderlei Macris (estadual e federal, respectivamente), bem como o prefeito Benjamim Bill Vieira de Souza, estão cientes da situação e defendem a entidade. “Eles já se movimentam no sentido de defender a Apae”, afirmou Barilon.
Representando a entidade estavam Maria de Fátima Dalmédico de Godoy, a “Chiquita”, Maria Tereza Casazza, a “Tereca”, e Iraê Zutin. Elas defendem apenas que uma escola não exclua a outra e que, assim, as Apaes possam continuar recebendo subsídio para atender as pessoas que necessitam de atenção especial. Além disso, a escola regular atende dos 4 aos 17 anos, enquanto a Apae atende desde recém nascido até adultos.
“Estas pessoas precisam ser altamente estimuladas a se desenvolverem. É um trabalho de formiguinha. Levar a mão à boca, amarrar o tênis, abotoar a camisa são ações muito difíceis e depende de muito treinamento. Por isso existem as Apaes. Não existiríamos se o governo fizesse um bom serviço. A Apae preenche uma lacuna deixada pelo governo”, observaram elas.
A Apae de Nova Odessa conta hoje com 38 profissionais especializados nos mais diversos setores e atende 134 alunos de idades variadas.
